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terça-feira

Um oceano de paixões

Era a época das grandes navegações e um jovem casal fazia planos para o futuro. O rapaz partiria em um grande navio em busca da riqueza das novas terras que estavam sendo descobertas e, quando retornasse à pequena ilha onde habitava, se casaria com sua amada, nossa consulente. A moça era dama de companhia de uma outra 'nobre' que, sem que ela soubesse, tbm estava apaixonada pelo mesmo rapaz. Ao confidenciar seus planos para a 'amiga' ela jamais suspeitara que a mente da anônima rival tinha outros planos. O coração de nossa jovem sonhadora estava radiante, mas esse brilho daria lugar ao desgosto pois durante anos a fio ela esperaria em vão na praia pelo retorno de seu amado. Cada navio que avistava trazia a princípio uma esperança e posteriormente uma desilusão, pois seu amado nunca estava a bordo. Por fim, após mais de dez anos de uma angustiante espera, chegaram os inevitáveis rumores de que o rapaz havia perecido num naufrágio. Não suportando a dor, a bela praia de areias brancas se tornou o cenário de sua triste passagem, pois ela sufocou seu pranto nas ondas do mar revolto, partindo desta vida para encontrar seu amado na outra.
A jovem teve sorte a princípio pois encontrou o espirito de seu amado vagando nas profundezas do oceano astral e com ele seguiu sem rumo por algum tempo. Entretanto, de repente o espírito do rapaz sumiu e ela se viu sozinha vagando no submundo das trevas marinhas. Enquanto me relatava que se via só naquele ambiente estranho, ela ouviu uma voz grave dizendo-lhe que não permitiria que eles ficassem juntos, que antes ele os separou e que agora novamente não permitiria a união dos dois. Numa região trevosa, na subcrosta 'marítima' do astral, um ser horrendo mantinha presos vários outros espíritos, entre eles o amado da consulente. Isolamos a criatura num campo de contenção (uma bolha) e o local onde ele habitava tbm. Criamos uma enorme bolha ao redor da formação rochosa onde o tal ser vivia, dentro de uma caverna subaquática, e levamos tudo para o 'jardim'. Lá os seres escravizados foram socorridos, inclusice o rapaz, e o terrível algoz foi adormecido e levado pela equipe espiritual para cumprir seu destino perante a Lei.
A consulente estava no jardim mas foi novamente 'puxada' para aquela situação que ainda se desenrolava na dimensão astral, desta vez se viu dentro do barco onde naufragou seu amado, onde vários dos espíritos que morreram afogados ainda estavam ligados àquela nau, em especial um 'grumete' que fora contratado pela 'nobre' rival da consulente naquela vida para sabotar o navio, com a promessa de que ele, juntamente com o tal rapaz, seriam salvos por um outro navio, de um comparsa dela.
O tal comparsa era o ser terrível que habitava as profundezas e que aprisionara o rapaz, pq ele 'em vida' era apaixonado pela consulente e juntamente com a 'nobre' dama, que era apaixonada pelo rapaz, tramaram esta situação, que parece der dado errado. Com o resgate desses outros espíritos, a cena toda estava desaparecendo, pois as mentes que a mantinham viva estavam se dispersando e saindo do 'transe' da morte que as fixara naquele momento. Na praia onde a consulente havia se suicidado, estranhamente restava apenas o vestido com o qual ela se encontrava no momento da morte. Ela me relatava que as ondas estavam levando o vestido para o mar mas pedi que ela o segurasse e puxasse de volta para a praia. Quando fez isso percebeu que uma mão putrefata segurava o vestido e o arrastava para as profundezas. Recolhemos o ser e então ela percebeu que era a sua 'nobre' rival, que tbm se suicidara quando seu plano fracassou. O vestido havia sido presente da 'nobre' para sua dama de companhia, para que ela o vestisse para recepcionar seu amado quando de seu retorno. Este ser tbm foi levado para o jardim e socorrido junto com os demais. Com o resgate da jovem rival da consulente, se encerrrou esse trágico romance onde as paixões descontroladas levaram à destruição de tantas vidas.
Na dimensção astral a pequena ilha onde os protagonistas desta história viviam foi tragada pelas ondas de um imenso oceano, onde jazem ainda muitas vidas naufragadas, aguardando que os corações pesados que ali afundaram sejam trazidos à tona para embarcarem em outra jornada onde, mais leves, naveguem mais uma vez sobre as ondas das paixões avassaladoras, buscando talvez o porto seguro do amor, por vezes tão distante e difícil de encontrar.
Abraço.

Gelson Celistre.

Um comentário:

  1. Gelson, é impressionante como as coisas acontecem. Parecem cenas de filme. Mas, sabemos q é realidade, infelizmente... Que bom q deu pra resgatar tantos espíritos infelizes.
    Bjusssss

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